Foi impressionante o acidente sofrido pelo piloto francês Romain Grosjean no GP do Bahrein no dia 29/11/2020 (domingo). Entender as camadas de segurança que são desenvolvidas nas atividades humanas de alto risco são fundamentais, existe muita ciência e engenharia por traz de cada um desses sistemas.
A Fórmula 1 evoluiu muito e continua evoluindo, incorporando sistemas de proteção para evitar que acidentes tenham uma severidade menor ou ocorram em uma frequência menor. A partir da investigação de acidentes, novas medidas são desenvolvidas e incorporadas para melhorar o nível de segurança.
Desde que ocorreu um acidente grave envolvendo incêndio com o piloto Nikki Lauda (Nürburgring, 1976), percebe-se a evolução tecnológica dos veículos e das roupas resistentes ao fogo.
Aqui vão alguns itens que contribuíram para a garantir a integridade do piloto francês após o acidente ocorrido: célula de sobrevivência (mantêm-se intacto, evitando que o piloto seja atingido, é construído com um material de alta resistência); halo (protege a cabeça do piloto contra impacto ou capotamento); macacões, balaclava, luvas e sapatilha a prova de fogo; capacete resistente ao fogo; cintos de segurança; sistema HANS - “Head and neck support” (ajuda a estabilizar a cabeça do piloto); o pronto atendimento do médico e da equipe de resgate (brigada de incêndio), a remoção rápida para um hospital, entre outros. Também tivemos algumas falhas nesse acidente como o guard rail que se rompeu, a exposição do tanque de combustível e a perda da sapatilha do piloto que ficou presa no carro.
O piloto que foi liberado do hospital, na terça feira, com ferimentos leves, agradeceu às medidas existentes. Grosjean foi contra a instalação do Halo em 2018, à época dizia que “o risco é inerente ao esporte”, após o acidente afirmou só estar vivo pela presença do halo.
Assim como qualquer atividade profissional de alto risco, as medidas de controle são projetadas para se reduzir o impacto dos acidentes que podem ocorrer. Muitas vezes, os próprios trabalhadores atuam contra essas medidas, justificando que dificultam a atividade de trabalho ou que reduzem a performance. Que esse exemplo ilustre a importância das medidas de controle nas atividades profissionais. Não seja mais um caso de fatalidade.